Brown Dog

O Cão que Promoveu a Causa dos Direitos do Animas

Nem todos os cães que contribuem para o avanço da raça humana o fazem voluntariamente. Centenas de milhares de cães morreram em laboratórios, tendo sido sujeitos a todo tipo de experimentos, desde perigosas a vivissecções, a testes de medicamentos. Durante muito tempo, ninguém pensou muito no assunto, até que a solitária morte de um único cão – um pequeno terrier – provocou uma violenta reação pública. Em fevereiro de 1903, um pequeno terrier que passou a ser conhecido por Brown Dog, acabou por morrer durante uma vivissecção na Faculdade de Fisiologia da Universidade de Londres.

Infelizmente, este acontecimento macabro não era incomum, pois acontecia regularmente, para a educação dos estudantes. Mas este caso foi diferente. Estavam presentes nesse dia duas testemunhas, que tinham se matriculado na Escola de Medicina de Londres para Mulheres para testemunharem os procedimentos adotados.

Estas apresentaram o seu relato a Stephen Coleridge, secretário honorário da Sociedade Antivivissecção da Grã-Bretanha, o qual acusou publicamente o médico responsável por Brown Dog, não só por não o anestesiar, como era exigido por lei, mas também por usá-lo em mais outra experiência, o que também era ilegal.

O médico apresentou queixa em tribunal contra Coleridge e, embora tenha ganho o caso, perdeu no tribunal da opinião pública. Na imprensa rebentou uma grande indignação quanto ao tratamento infligido ao cão. As coisas aquecerem ainda mais quando foi erigido em Londres um monumento a Brown Dog.

Este monumento ficou visível ao público a 15 de Setembro de 1906 e constava de uma inofensiva fonte com um cão em bronze em cima. Uma inscrição incendiária fazia a sua dedicatória: “Em memória do Brown Terrier Dog, que morreu nos Laboratórios da Faculdade de Londres em Fevereiro de 1903 após ter passado por um vivissecção, até que a Morte o libertou”.

Os estudantes de medicina de Londres manifestaram-se em grande escala e, com a intenção de destruírem o monumento, envolveram-se em lutas com manifestantes da outra facção. Foi mandado fazer uma estátua em bronze representando do cachorro para um memorial que foi inaugurado no Latchmere Recreation Ground em Battersea em 1906, e isso causou indignação aos estudantes de medicina irritados com uma placa com a inscrição “Em memória do Brown Terrier Dog, que morreu nos Laboratórios da Faculdade de Londres em Fevereiro de 1903 após ter passado por um vivissecção, até que a Morte o libertou”.

O memorial era vandalizado frequentemente, sendo preciso ter uma guarda policial 24 horas por dia para deter os chamados anti-doggers. Após várias manifestações violentas entre os que eram contra e a favor do memorial, a estátua foi finalmente retirada em 1910 e, e supostamente destruída, mas a memória de Brown Dog nunca foi esquecido.

Em 1985 foi inaugurada uma nova estátua no bairro de Battersea, em Londres, ostentando a mesma acusação de crime contra os experimentos com animais e no 115º aniversário da inauguração da estátua de Brow Dog, em 6 de setembro de 2021, foi lançada uma campanha para erigir uma nova estátua idêntica a original, que fora destruída.

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